“O caminho do Senhor é o refúgio dos íntegros, mas é a ruína dos que praticam o mal” (Pv 10.29).
Uma das conquistas da medicina foi conseguir fazer adequadamente transfusões de sangue para pacientes com grande perda de volume sanguíneo ou com deficiência de algum de seus componentes. Apesar de o procedimento ter sido idealizado e testado de diversas formas — com grande insucesso — desde o século 15, somente na virada para o século 20 foi descoberto o sistema ABO, ou seja, os tipos diferentes de célula vermelha que devem ser respeitados em uma transfusão, fazendo com que o procedimento fosse usado em larga escala durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). O fato é que os insucessos anteriores se deviam, em sua maior parte, ao uso de tipos sanguíneos incompatíveis. A descoberta do sistema ABO trouxe compreensão sobre as razões de o mesmo sangue ser vida para uns e morte para outros.
O “caminho do Senhor” é, nesse sentido, como o sangue. Se houver compatibilidade, o caminho do Senhor, ou seu modo de administrar o tratamento das pessoas que lhe seguem e que se rebelam contra ele, produzirá um “refúgio para os íntegros”. Desse modo, aqueles que, pela fé em Cristo, seguem o Senhor e suas orientações, são protegidos pela sabedoria da Palavra assim como pelo próprio Deus que cuida dos que lhe pertencem. Porém, em caso de incompatibilidade, o caminho de Deus, em vez de produzir um refúgio, gera “a ruína dos que praticam o mal”, da mesma forma que ocorre àqueles que, desobedientes, fogem dos caminhos do Senhor.
Isso quer dizer que Deus não aceita “servos pela metade” ou “seguidores nominais”. Aqueles que querem ser religiosos, mas que, assim como os descrentes, se recusam a seguir o Senhor por seus caminhos corretos, são considerados e tratados como aqueles que odeiam tudo que existe com a finalidade de adorar ao Salvador Jesus. Por isso, se você está contente e tranquilo com uma vida religiosa “morna”, mas sem grandes comprometimentos, lembre-se das palavras de Pedro para aqueles que ouviram e se achegaram às verdades divinas sem fazer delas suas verdades pessoais e a razão de suas vidas: “Teria sido melhor que não tivessem conhecido o caminho da justiça, do que, depois de o terem conhecido, voltarem as costas para o santo mandamento que lhes foi transmitido. Confirma-se neles que é verdadeiro o provérbio: ‘O cão voltou ao seu vômito’ e ainda: ‘A porca lavada voltou a revolver-se na lama’” (2Pe 2.21,22).
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