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O Gilberto já leu o texto básico que eu gostaria de expor para os irmãos. Espero que os irmãos visualizem as verdades que eu destaquei aqui. Que dessa forma Deus fale conosco hoje. E eu acredito que todos aqui que moram em São Paulo tenham visto o caos que aconteceu essa semana por ocasião das manifestações, por causa do aumento da passagem. Eu estudo no Mackenzie, que fica no centro de São Paulo, e na quinta-feira houve um conflito bem em frente à porta da universidade. Eu estava saindo de uma prova, então os seguranças começaram a correr, as portas começaram a ser fechadas, os helicópteros sobrevoavam ali, você escutava a tropa de choque descendo a Rua da Consolação, você escutava barulhos como se fossem estouros, provavelmente bombas, e um cheiro muito forte de gás lacrimogêneo. Isso ali, perto do Mackenzie, na porta do Mackenzie. O curioso é que os seguranças fecharam todas as portas e a porta principal de entrada do Mackenzie é na Rua da Consolação. Só que há uma porta vazada e o confronto estava acontecendo um pouco mais abaixo ali na Rua da Consolação, mas os alunos que chegavam próximo da porta podiam ver o que estava acontecendo na rua. Como a porta era vazada, uma série de alunos, revoltados aqui, não vou tecer comentários sobre a justificativa ou não das manifestações, mas o fato é que uma série de alunos estava parado na porta. E conforme a tropa de choque descia, eles gritavam fascistas, eles soltavam vaias contra a tropa de choque. Uma série de repórteres também corria por ali. E depois, olhando na internet, eu vi uma série de fotos onde era pichado o sentido de que o povo estava sendo oprimido. Estava acontecendo uma opressão. E de certa forma, o que aqueles alunos ali na porta estavam pedindo, vaiando os policiais, parecia um clamor por liberdade. Não cabe aqui falar se o que eles estavam pedindo tinha fundamento ou não. Mas eles estavam pedindo por liberdade, uma espécie de liberdade. Algo que o ser humano sempre desejou, a liberdade. Ainda que nós, muitas vezes, não entendamos o que isso implica. O fato é que no meio daquele caos todo, no meio dos alunos vaiando, a tropa de choque, eu olhei pro lado Eu vi que tinha uma placa bem grande, pra quem não sabe, o Mackenzie é uma universidade presbiteriana. E tinha uma placa de metal bem grande, com dizeres bem destacados, que é um dos versículos que o Gilberto leu, que é João 8, 32, que diz que vocês conhecerão a verdade e a verdade vos libertará. É curioso ver que aqueles alunos que clamavam por liberdade não conseguiam olhar pra trás e ler aquela placa. A liberdade que eles estavam clamando para a rua não era uma liberdade completa. A liberdade que eles deveriam buscar é aquela liberdade que o Senhor Jesus falou nesse trecho que o Gilberto leu. Pois bem, a questão é que todo esse contexto, esse certo teor político, essa liberdade política das manifestações, nós podemos fazer um paralelo com a questão do texto aqui de João 8, onde os judeus estavam conversando com Jesus. Alguns judeus tinham acabado de crer na mensagem de Jesus. E Jesus diz para eles que eles conheceriam a verdade e a verdade os libertaria. E aí os judeus se questionam, mas o que esse homem está falando? Nós somos livres. Provavelmente veio na cabeça dos judeus a ideia de uma liberdade política. Só que quando nós olhamos a história do Antigo Testamento, quando nós analisamos a história do povo judeu, nós vemos que o povo judeu sempre foi um povo oprimido. Eles foram levados cativos para a Babilônia. Os egípcios prenderam os judeus no Egito durante muitos anos. Os sírios, os gregos e por fim os romanos, na época de Jesus, dominavam ali a região da Judeia, a região de Israel. Mas os judeus falam, não, nós não estamos sobre o julgo de ninguém. Ninguém governa sobre nós. O que parece ser um pouco inválido. Porque naquele exato momento, ainda que os judeus não estivessem sofrendo uma opressão direta, uma escravidão pessoal, como aconteceu com a Babilônia. Nós vemos isso no livro de Daniel. As pessoas sendo levadas, cativas, escravas. Isso não estava acontecendo. Mas Israel, como nação, estava submissa a Roma. O Império Romano dominava aquela região. Então, de certa forma, quando os judeus falam que nós não somos escravos de ninguém, que o que esse homem está falando não tem sentido, eles tinham pensado numa liberdade política. Mas essa liberdade política, obviamente não é isso a isso que Jesus se refere, ainda que os judeus tenham tido uma ideia um pouco errada acerca do que significava a liberdade. É interessante ver que Jesus, parece um hábito de Jesus, ele pegar situações próximas do povo e através disso trazer à tona uma grande verdade bíblica. Nós vemos isso com Nicodemus. No meio do diálogo, Jesus do nada diz, o importante é nascer de novo. E Nicodemus fala, mas como que eu vou nascer de novo? Vou voltar para o ventre da minha mãe? Jesus usa de circunstâncias comuns ao povo. para trazer, para revelar verdades eternas, verdades complexas. E parece que o que Jesus faz aqui é mais ou menos isso. Jesus utiliza desse recurso falando sobre liberdade, que era algo que os judeus ansiavam. Os judeus estavam esperando pelo Messias que viria e tiraria dele essa opressão, esse julgo da escravidão. Eles esperavam isso e Jesus usa isso para trazer a todo uma verdade maior. E é essa verdade que eu gostaria de trabalhar hoje com os irmãos em alguns tópicos. Mas nós vimos a questão do Mackenzie, nós vimos a questão dos judeus, e agora eu gostaria de perguntar para os irmãos se hoje o conceito de liberdade é bem definido ainda pelas pessoas. Se você perguntar para uma pessoa bem de vida, um homem por volta dos seus 40 anos, já estabelecido financeiramente, e você chegar para ele e falar, olha, você conhecerá a verdade e a verdade te libertará, esse homem vai rir da sua cara. Ele vai falar, mas espera aí, vai me libertar de quê? Eu sou independente financeiramente, não dependo de ninguém, pago minhas contas, tenho meu trabalho. Eu sou independente... Eu sou livre para expressar a minha opinião. Eu tenho liberdade ideológica. Eu falo o que eu quero. Eu não tenho nenhuma restrição. Eu sou livre de autoridades. Eu não moro mais com os meus pais. Meus pais não mandam mais em mim. Ou aquelas pessoas ainda que apoiam um conceito anarquista de que nenhum tipo de autoridade deve ser estabelecida. Quando nós perguntamos isso para essas pessoas e falamos, você precisa ser liberto, eles vão falar o quê? Você está louco. Eu já sou livre. Só que parece que a humanidade, no modo geral, nós também, nós procuramos diversos tipos de liberdade. Liberdade política. Nós tivemos aqui no Brasil, a direta já. Nós estamos vendo ao redor do mundo diversas manifestações com cunho político também. Liberdade financeira. Geralmente, jovens que querem sair da casa dos pais começam a trabalhar mais cedo para poder juntar um dinheiro e sair das casas da casa dos pais. Uma liberdade financeira. Liberdade de pensamento, que durante muito tempo foi um dos motivos das maiores guerras que nós vimos, porque as pessoas queriam dizer as suas ideias e não podiam, porque diversos imperadores os oprimiam. Ou liberdade de religião. Hoje aqui no Brasil nós temos essa liberdade, ainda que agora nós comecemos a ver algumas oposições a isso, mas nós podemos vir à igreja. É uma liberdade de cultuar ao nosso Deus. Ou até mesmo liberdade de autoridade, como eu disse. Anarquia, nenhuma forma de governo. Algumas pessoas buscam isso, vivem como se isso de fato já tivesse acontecido. Ou até mesmo autoridade dos pais, liberdade do fardo que os pais deixam sobre seus filhos. Mas agora, se nós colocarmos todos esses conceitos que nós buscamos, à luz do que Jesus fala, parece uma verdade incoerente. tão incoerente quanto o que os judeus falaram. Jesus não está falando de uma liberdade política, de uma liberdade financeira ou de uma liberdade ideológica, muito menos de autoridade. Jesus está falando de uma verdade muito maior, uma liberdade que todos nós, através de Cristo, podemos obter, que é a liberdade acerca da nossa vida espiritual. Baseado no texto de João 8, os versos 31 a 36, eu vou me ater especificamente ao verso 32. Eu elaborei uma verdade central e eu espero que os irmãos, ao final da exposição, consigam visualizar essa verdade central no texto. A verdade central é a seguinte. Apenas o cristão é verdadeiramente livre. Uma verdade simples. Apenas o cristão é verdadeiramente livre. Gravem essa verdade porque nós vamos explorar agora o versículo 32 de uma maneira especial. E nós vamos fundamentar essa verdade central através do versículo 32 e através de outros textos que nos ajudarão a compreender o que é liberdade. Durante a exposição, nós não vamos tentar aqui definir o que é liberdade. Não vamos falar aqui sobre livre-arbítrio, nada disso. Mas a Bíblia, ela fala acerca de liberdade cristã. E nós devemos ir até onde a Bíblia vai, e isso é fundamental para o exercício da nossa fé, para o exercício da nossa santificação. Se eu pudesse dividir o versículo 32, que diz que conhecerão a verdade e a verdade vos libertará, eu dividiria o versículo em três núcleos. Então eu preciso que os irmãos me acompanhem. A verdade central é que apenas o cristão é verdadeiramente livre. E os três núcleos que eu dividiria o versículo é a questão do conhecimento, a questão da verdade e a questão da liberdade. Os irmãos não precisam decorar essa divisão, mas apenas para que nós possamos organizar as nossas ideias e dar sequência no na exposição do versículo. Pois bem, Jesus diz, conhecerão a verdade e ela vos libertará. Desde a Igreja Antiga, provavelmente até antes da Igreja Antiga, essa questão do conhecimento é muito elevada nas religiões gnósticas. Lembre-se que gnóstico vem de gnosis, do grego, conhecimento. Então essas religiões, elas valorizam muito a questão de absorver conhecimento, e elas pregam que através do conhecimento, você absorve esse conhecimento e você consegue viver a plenitude de seu ser, você consegue ser livre da opressão, que naturalmente está contra o ser humano. Existem diversas religiões gnósticas, mas em geral elas pregam a valorização do conhecimento. Para elas o que importa é absorver, é adquirir conhecimento, e esse conhecimento tem um valor libertário. Essa é a ideia. E aí alguns podem falar aqui, Jesus está falando que o conhecimento liberta, mas nós vamos ver que não é bem esse tipo de conhecimento a que Jesus se refere, é um conhecimento específico. De certa forma, é preciso que os irmãos lembrem um pouco das aulas de História. No século XVIII, os irmãos se lembram de algo chamado Iluminismo, que deu origem à Revolução Francesa. O Iluminismo pregava o que? Que o conhecimento libertaria o homem. Que a razão, a capacidade humana de raciocinar, traria ao homem liberdade. É isso que o Iluminismo pregava. E isso deu origem, uma dos fundamentos, para que a Revolução Francesa acontecesse. E é curioso ver que se os irmãos lembrarem do lema da Revolução Francesa, a primeira palavra era liberdade. Liberdade, igualdade e fraternidade. A primeira palavra da Revolução Francesa era liberdade. E liberdade como? Através do conhecimento. É isso que era pregado. A razão. Tanto que na época da Revolução Francesa, os teóricos começaram a produzir enciclopédias, que seria uma forma de juntar todo o conhecimento do mundo e deixá-lo acessível. Parece que hoje, esse conceito de que o conhecimento gera liberdade está diluído na nossa sociedade. Por exemplo, muitos pais, notem, aqui não é errado, de forma nenhuma, absorver conhecimentos. Pelo contrário, a Bíblia nos incentiva a isso. Nós não podemos ser pessoas ignorantes por opção. Ignorância por opção é pecado. Se você pode estudar, se você pode aprender mais, aprenda. A Bíblia fala isso. Agora, essa questão do conhecimento como uma ferramenta de libertação parece que está diluída na sociedade hoje e muitas vezes nós não percebemos. Notem, por exemplo, alguns pais que fazem de tudo para que os filhos entrem numa faculdade e dizem que esse ingresso na faculdade, o estudo da faculdade, vai trazer liberdade ao seu filho. Como? De forma que ele não vai precisar passar por tudo aquilo que o pai passou. É como se o conhecimento viesse como uma ferramenta de solução. Novamente, não é errado, pelo contrário, jovens devem entrar na faculdade se tem oportunidade, mas de forma nenhuma o conhecimento é fundamental para que nós tenhamos liberdade. De forma nenhuma é isso. E nós vamos ver isso ao longo do texto. Então parece que hoje essa ideia de conhecimento, de conhecer a verdade, de obter conhecimento, tem consigo ainda resquícios dessa ideia de libertação, o conhecimento liberta. Mas parece que Jesus, aqui no versículo 32, não fala de um conhecimento acadêmico ou meramente filosófico. Alguns podem dizer, o que importa é conhecer a Jesus no sentido amplo. Eu sei que Jesus existiu, eu sei que Jesus veio ao mundo, eu sei de tudo isso, mas não basta saber. Parece que o conhecimento aqui, que Jesus se refere no versículo 32, É um conhecer a verdade de uma maneira mais profunda. Vejam o versículo 31. O versículo 31 diz... A maioria das vezes que o verbo permanecer aparece no Novo Testamento, a ideia é justamente de relacionamento. Permanecer em Jesus significa estabelecer um relacionamento com Ele. E Jesus fala, vocês permanecem em mim e permanecerem em mim serão meus discípulos e assim vocês conhecerão a verdade e ela os libertará. Notem, isso faz com que as palavras de Jesus tomem um significado especial. Não se trata somente de você ir para um seminário, aprender sobre Jesus, aprender sobre Deus e pronto, você está livre. Não! Quando Jesus diz no verso 31, que nós devemos permanecer nele, está enfatizado essa ideia do relacionamento com Jesus. Agora é curioso nós observarmos que a falta de conhecimento de Deus é um sério perigo a todos nós. Abram lá no livro de Oséias, no capítulo 4. Desde o Antigo Testamento, nós podemos ver o que a falta de conhecimento pode criar no povo de Deus. Oséias, capítulo 4, o verso 6. Diz assim, o meu povo está sendo destruído porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, eu também te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim. Visto que te esquecesse da lei do teu Deus, eu também me esquecerei de teus filhos. Agora virem a página da Bíblia e vamos para o capítulo 6, o verso 6. Diz assim, Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus mais do que holocaustos. O povo de Israel foi praticamente destruído porque eles não se apegaram ao conhecer o caráter de Deus. Notem, aqui não é somente o conhecimento intelectual como nós já vimos, os sacerdotes conheciam isso. Os fariseus da época de Jesus conheciam muito bem das escrituras, eles ensinavam nos templos, eles sabiam muito bem sobre o que a Bíblia falava, sobre o que o Antigo Testamento falava. Mas quando Deus fala em Oséias que o povo é destruído porque falta conhecimento, a ideia é que tem que ser um conhecimento que gere transformação. um conhecimento que molde o caráter daquele que está se relacionando com Deus. Essa é a ideia, e o povo de Israel foi destruído por isso, porque se apegou a meros costumes, se apegou ao mero conhecimento acadêmico, ao mero conhecimento intelectual, e não levou em conta que o conhecimento de Deus vai muito além disso. Não basta um conhecimento intelectual, nós temos que permanecer nele. Os fariseus não permaneciam na palavra, mas se apegavam a meros ritos, a um conhecimento apenas do que estava escrito, e não do que essas palavras realmente significavam. Assim, nesse primeiro momento, acho que fica evidente que as palavras de Jesus não se referem a um conhecimento básico, mas a um conhecimento que implica num relacionamento com Deus. Não basta você filosofar acerca de Deus. Os ateus fazem isso. Não basta você filosofar acerca das realidades espirituais. Os testemunhas de Jeová fazem isso. Os mormons fazem isso. Todas as outras religiões fazem isso acerca de Deus. Não basta isso. Nós temos que ter um conhecimento profundo acerca de quem Deus é. E nós só podemos saber quem Deus é através do seu Filho e através da sua Palavra. Mas nós estamos dizendo, a verdade central, se os irmãos lembrarem, é que apenas o cristão é verdadeiramente livre. Nós estamos fundamentando isso através da análise do que Jesus acabou de dizer. Conhecerão a verdade e ela vos libertará. Ok, nós vimos essa questão do conhecimento. Não se trata de um conhecimento intelectual, não se trata de um conhecimento acadêmico. Mas por que então que apenas o cristão é verdadeiramente livre? Vamos dar sequência. Jesus agora vai qualificar, Ele vai especificar o objeto desse conhecimento. Ele diz conhecerão as enciclopédias? Não. Ele diz conhecerão a verdade. Quando nós falamos de verdade, nós podemos pensar de duas formas e a Bíblia permite que nós vejamos aqui essas duas implicações, mas Jesus tem um objetivo em mente. Entretanto, eu não vou tentar traçar aqui uma definição de verdade, até porque é uma discussão complexa, uma discussão filosófica, mas nós vamos até onde o texto bíblico vai. Quando nós falamos de verdade, nós podemos pensar acerca do conhecimento da realidade. O que é a verdade? A verdade nada mais é do que uma correspondência a algo que é real. Os irmãos concordam com isso? Se eu falo que algo é daquele jeito e aquilo é verdade, é porque aquilo é daquele jeito mesmo. Isso é uma verdade. É uma correspondência à realidade. E para nós sermos livres, nós precisamos compreender a realidade, porque senão nós viveremos uma mentira. Nós pensaremos que estamos livres, esperaremos uma vida eterna futura, quando na verdade nós estamos vivendo uma mentira e o que nós teremos é a morte eterna. Nós precisamos de uma compreensão exata acerca da nossa realidade pecaminosa, nós precisamos de uma compreensão exata acerca da realidade espiritual que nos aguarda depois daqui. Uma realidade espiritual acerca de quem Deus é. E nosso Deus é um Deus verdadeiro. O que significa dizer que nosso Deus é um Deus verdadeiro? Significa que tudo o que Ele diz corresponde à realidade. Tudo o que Ele diz é fidedigno, é digno de confiança, porque é a verdade. A palavra do nosso Deus é a verdade. A Bíblia sendo a palavra de Deus, portanto, é a verdade. Então, quando Jesus fala de verdade aqui, Provavelmente ele não tem esse conceito que eu acabei de falar em mente. Mas olhando o ensino bíblico geral, nós podemos aplicar isso aqui também. Nós precisamos conhecer a verdade. A verdade como aquilo que corresponde à realidade. Mas parece que o que Jesus está dizendo aqui é mais elucidado no verso 36. Vejam o que diz o verso 36. João 8, 36. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. Se nós pegarmos o verso 32 e colocarmos paralelo ao verso 36, nós veremos a seguinte relação. O verso 32 diz que a verdade liberta. E o verso 36 diz que o Filho liberta. Neste momento, quando Jesus faz esta afirmação, Ele está rogando para si o título de verdade. Ele está dizendo, no verso 31, ele diz, vocês tem que permanecer em mim para serem meus discípulos. Depois ele diz, vocês conhecerão a verdade e ela vos libertará. E logo depois, alguns versículos depois, ele diz que o Filho é quem liberta. Então todos serão verdadeiramente livres. Parece que Jesus, não somente dessa vez, outorgou para si o título de verdadeiro. Vejam lá, por exemplo, João 14, 6. Virem um pouco as páginas das suas Bíblias. João 14, verso 6. um versículo conhecido acerca de uma afirmação do próprio Jesus. Respondeu-lhe Jesus, eu sou o caminho e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim. Jesus diz que Ele é a verdade. E no verso 32, quando Ele diz conhecerão a verdade, muito provavelmente Ele está dizendo conhecerão a mim e eu vos libertarei. Porque esta verdade é afirmada no verso 36, quando Ele diz que se o Filho vos libertar, vocês serão livres. A questão é que essa realidade também já tinha sido dita no Antigo Testamento. Abram lá em Isaías 61, 1. Essa é uma verdade que percorre toda a Bíblia, de que Deus é um Deus verdadeiro e de que o Messias seria aquele que livraria o povo da opressão do pecado. Isaías 61. O verso 1 diz assim, O espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados. Aqui fica evidente, isso é uma profecia messiânica nítida, onde o Messias traria liberdade ao povo. Alguns falam que trata-se de uma liberdade política em relação à opressão dos judeus, mas nós podemos ver aqui o Messias também como aquele que libertaria a humanidade da opressão do pecado. E essa profecia é parcialmente cumprida de maneira maravilhosa em Lucas 4. Agora nós vamos ver o cumprimento dessa profecia no Novo Testamento. Lucas 4. Os versos 17 e 19. Jesus está no templo, ele toma o rolo do profeta Isaías e ele vai ler exatamente esse trecho que nós acabamos de ler. O verso 17 diz assim. Então lhe deram o livro do profeta Isaías e, abrindo o livro, achou o lugar onde estava escrito. Vejam agora o verso 18. É exatamente o que nós acabamos de ler em Isaías 61. O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos e a pregoar o ano aceitável ao Senhor. Quando Jesus lê esse texto, Ele não somente está interpretando aquela leitura, como Ele está literalmente dizendo, o Espírito do Senhor está sobre mim. E eu sou aquele que vai proclamar o ano aceitável ao Senhor. Através de mim, o povo será liberto da opressão. Os cegos se tornarão a ver. Jesus aqui afirma o seu ministério messiânico. Parece, então, que quando Jesus diz acerca do conhecimento da verdade, não trata-se de um conhecimento intelectual, e não trata-se somente de um conhecimento acerca da realidade, mas de um relacionamento com o próprio Jesus. O que fica evidente por esses textos que nós lemos. Quando nós conhecemos a Jesus, consequentemente, nós conhecemos a Deus. Conhecendo a Deus, nós nos aproximamos dEle num relacionamento. E é isso que o povo de Israel havia esquecido no texto de Oséias que nós lemos. Então quando Jesus diz, conhecerão a verdade e a verdade vos libertará, trata-se também do cumprimento de uma profecia messiânica. Jesus libertaria o povo visto que ele é a verdade libertador. Os irmãos se lembram da nossa mensagem central? Apenas o cristão é verdadeiramente livre. Vamos dividir essa mensagem central em dois pontos para que nós possamos fundamentar melhor. No primeiro momento eu estou dizendo que apenas um grupo restrito de pessoas é verdadeiramente livre. Esse grupo são os cristãos, certo? Apenas os cristãos. Por que apenas os cristãos são verdadeiramente livres? Porque apenas nós temos um relacionamento com Jesus. Os mórmons não têm relacionamento com Jesus. Os tejotas não têm relacionamento com Jesus. Os hindus não têm relacionamento com Jesus. Apenas os cristãos têm um relacionamento íntimo com Jesus. Um relacionamento de permanecer nele. Por isso que aqui coube essa exclusividade de apenas os cristãos serem verdadeiramente livres. Como nós já vimos aqui no texto. É um relacionamento, é um conhecimento da verdade. E a verdade é Jesus Cristo. Mas agora eu gostaria de demorar alguns minutos sobre essa questão da liberdade. Ok, nós já vimos que o conhecimento de Jesus, o relacionamento com Jesus nos liberta. Mas o que significa liberdade à luz da Bíblia? Aqui eu não vou tentar, como eu já disse, eu acho que talvez não seja frutífero tentar definir liberdade, porque liberdade é um conceito complexo. Mas nós podemos, à luz desse texto e à luz de outros textos paralelos, tirar algumas verdades acerca da liberdade que Jesus promete no verso 32 e depois no verso 36. Alguns podem dizer que como Jesus estava conversando com os judeus, Jesus se referia a uma liberdade do cumprimento da lei mosaica. Alguns podem dizer isso. Olha, Jesus estava conversando com os judeus e para os judeus a ideia do cumprimento da lei era um fardo. Eles viviam debaixo do fardo da lei. Então alguns podem dizer que Jesus está proclamando a liberdade ao legalismo. O legalismo foi uma heresia que surgiu logo no primeiro século da igreja. Nós vimos isso em Atos, capítulo 15, onde alguns judaisantes, que eram pessoas que supostamente teriam se convertido ao cristianismo, começavam a colocar na fé das pessoas a exigência da circuncisão. Eles diziam que para ser salvo você tinha que crer em Cristo e também seguir uma série de regras instituídas pela lei mosaica. O legalismo, essa heresia, foi combatida veementemente logo no início em que ela surgiu. Nós vemos isso no capítulo 15 de Atos, quando é reunido o primeiro concílio da igreja cristão, o concílio de Jerusalém. Os apóstolos se unem e eles discutem acerca da questão mais fundamental que o homem precisa responder. O que nós precisamos fazer para sermos salvos? E eles condenam o legalismo com isso. E dessa forma, eles mostram que a salvação é somente através de Cristo, não por obras. Então alguns podem dizer que quando Jesus, por estar falando com os judeus, Jesus estava falando de uma liberdade religiosa, uma liberdade do fardo da lei. Muito provavelmente não é isso a que Jesus se refere aqui. As palavras de Jesus no verso seguinte lançam um pouco de luz acerca de qual tipo de liberdade ele está falando. Mas nós podemos colocar essa liberdade do legalismo também nesse texto através de outros ensinamentos bíblicos. Por exemplo, Gálatas 5.1. Se nós vermos o que diz Galatas 5.1, nós veremos justamente a questão da liberdade, no sentido de liberdade da lei. Nós não estamos mais debaixo do fardo da lei mosaica. Galatas 5.1 Diz, para a liberdade foi que Cristo nos libertou, permanecei, pois, firme e não vos submetais de novo a julgo de escravidão. Paulo está falando aqui, foi para a liberdade, liberdade de que? Neste versículo, Paulo está dizendo uma liberdade acerca do cumprimento da lei. Os crentes não precisam mais se circuncidar, nem seguir a lei mosaica como os judeus faziam. Ok, esta é uma verdade bíblica, sem dúvida. Nós somos livres desse fardo, o fardo da lei. Mas parece que não é isso que Jesus está dizendo no versículo. Porque Jesus vai especificar, logo em seguida, qual é o tipo de liberdade. Entretanto, antes de nós voltarmos para o verso 32 e vermos qual é esse tipo de liberdade, cabe aqui uma explicação, uma aplicação, melhor dizendo, sobre o que o conhecimento da verdade nos liberta. Quando nós conhecemos a realidade acerca de Deus, quando nós temos um relacionamento com Jesus, Deus nos liberta das superstições e do medo. Todos antes de se converterem tinham medo da morte. É natural o ser humano ter medo da morte, porque a morte não é algo natural, é algo comum. Nós temos medo da morte. E quando nós aceitamos a Cristo, esse medo é extinguido de nós, porque agora nós temos ciência de uma realidade futura, onde nós habitaremos com Jesus. E não somente isso, o conhecimento de Jesus Cristo, o relacionamento com Ele também nos liberta de superstições. Existe uma história curiosa de uma mulher que frequentava uma igreja pentecostal legalista. Ou seja, aqui você tinha que seguir uma série de regrinhas. E algumas igrejas dizem que as mulheres não podem cortar o cabelo. Só que chegou a determinada época, a mulher estava incomodada com o comprimento do seu cabelo. E aquilo estava incomodando ela cada vez mais. Mas ela sabia que os dogmas da sua igreja não permitiam que ela cortasse o cabelo. Pois bem, ela, muito ligeira, muito sagaz, tentou se esconder de Deus, foi no cabeleireiro e pediu para o cabeleireiro cortar dois dedos do cabelo dela. Apenas dois dedos. Como se ninguém fosse perceber, afinal são só dois dedos. As mulheres medem o cabelo por dedos. Eu não consigo ver essa matemática, mas enfim. A questão é que depois de algum tempo, o juízo de Deus veio sobre essa mulher porque ela cortou o cabelo, dois dedinhos do cabelo. Ela estava cortando verduras, estava cortando vegetais, e a faca escorregou e cortou dois dedos dela. O juízo de Deus veio implacável sobre ela. Irmãos, isso parece loucura, mas tem igrejas que falam exatamente isso. Que o juízo de Deus virá implacável se você cortar o seu cabelo. Ela só cortou dois dedinhos, e o que Deus fez? Cortou os dois dedinhos dela também. Vejam esse tipo de superstição do qual Cristo nos libertou. Nós sabemos que isso não é verdade através das escrituras e Cristo nos livrou desse medo, dessa superstição. Então nesse sentido, a verdade nos liberta também nessa esfera, na esfera de que nós temos confiança numa realidade divina e que nós não estamos apegados a superstições ou a medos fúteis. Mas nós podemos também visualizar, agora voltando novamente para o verso 32, O que Jesus está falando ali de liberdade não é uma liberdade acerca da lei. Jesus não está se referindo a liberdade da lei mosaica. Jesus está se referindo acerca de uma liberdade muito maior. A liberdade acerca da opressão do pecado. Vejam o que diz o verso 34. Os judeus acabaram de falar que eles são livres. E no verso 34 Jesus responde. Em verdade, em verdade vos digo, todo o que comete pecado é escravo do pecado. Quando Jesus diz que todo o que comete pecado é escravo do pecado, Ele está dizendo qual é a liberdade que Ele está falando no verso 32. Ele diz que a liberdade se refere à opressão do pecado. Todos nós nascemos em pecado, e até Jesus Cristo nos resgatar, vivíamos em pecado. E Jesus fala acerca dessa liberdade. Ele fala, vocês não conhecerão a verdade, e a verdade vai libertar vocês acerca dessa vivência no pecado, acerca dessa escravidão causada pelo pecado. Não se trata aqui de uma escravidão ao diabo. Alguns pensam que quem condena as pessoas é o diabo. Na verdade, nós somos condenados pelo nosso pecado, não pelo diabo. O diabo não condena o crente. O que condena o crente é o nosso pecado. A humanidade caiu pelo pecado e é isso que nos afasta de Deus, não o diabo. Então, quando Jesus fala acerca da realidade da escravidão do pecado, fica evidente que nós precisamos ser libertos disso. Fica evidente que nós somos oprimidos antes de Cristo entrar em nossas vidas e mudar radicalmente os nossos conceitos acerca de Deus, acerca de Jesus e acerca de nós mesmos. Mas parece que os coríntios, como sempre os coríntios, tinham interpretado mal essa ideia de liberdade. Estavam começando a perverter liberdade em libertinagem. E quando isso acontece na igreja, irmão, os danos são catastróficos. Vejam lá, por exemplo, em 1 Coríntios 6,12. 1 Coríntios 6,12 diz assim Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas. A estrutura desse versículo provavelmente sugere um diálogo. Os coríntios falavam que eles podiam todas as coisas. E Paulo responde a isso dizendo que nem tudo convém. A questão é que os coríntios falavam assim, olha, nós somos livres, nós podemos fazer tudo o que nós quisermos a partir de agora porque Cristo vai nos perdoar os pecados. E os corintios também, por terem vindo de um ambiente pagão, eles tinham muito desprendimento acerca de seu corpo em relações sexuais nos cultos que eles prestavam enquanto eles ainda não eram crentes. Mas a questão é que Paulo rebate a afirmação dos Coríntios. Os Coríntios diziam, tudo me é lícito e Paulo responde, mas nem tudo convém. Os Coríntios dizem, posso todas as coisas e Paulo fala, não, não é bem assim que funciona. E parece que esse conceito, esse conceito de liberdade está mais evidente no capítulo 8. Então 1 Coríntios 8, nos versos 7 ao 9, Paulo vai especificar o que é essa liberdade então. Porque se eu não posso tudo, Se os coríntios falavam que podiam tudo e Paulo falava que não era bem assim, parece que está sendo colocada uma trave na liberdade. Mas veja o capítulo 8, os versículos 7 ao 9. Entretanto, não há esse conhecimento em todos, porque alguns, por efeito da familiaridade até agora com o ídolo, ainda comem dessas coisas como a ele sacrificadas, e a consciência destes, por ser fraca, vem a contaminar-se. Não é a comida que nos recomendará a Deus, pois nada perderemos, se não comermos, e nada ganharemos se comermos. Vede, porém, que esta vossa liberdade não venha de algum modo a ser tropeço para os fracos. O que Paulo está falando aqui? Os corêntios estavam loucos. Peraí, você diz que eu sou livre? E agora você está dizendo que eu não posso fazer o que eu quero? Isso é contraditório. A questão é que esse conceito de liberdade que existe hoje no mundo é utópico, é impossível. A liberdade que algumas pessoas pregam é fazer o que bem se entende. Liberdade para algumas pessoas é fazer o que der na telha, sem nenhuma limitação. Nesse sentido, nem mesmo Deus é livre. Por que? Deus pode pecar? Deus não pode pecar. Deus pode mentir? Deus não pode mentir. Deus pode tentar ou ser tentado? Não. Então Deus não pode fazer tudo? Não, de certa forma não. Porque Deus não pode negar a sua essência, a sua natureza. Deus em sua natureza não pode mentir. Deus em sua natureza não pode tentar ou ser tentado. Isso significa que Deus não é livre? de forma alguma. Pelo contrário, de todos os relatos da escritura, nós sempre vemos Deus agindo com total liberdade e nós sabemos que Deus é o único livre que pode fazer aquilo que bem entende, através da sua soberania. Dessa forma, nós podemos trazer essa realidade, esse conceito de liberdade, para uma ilustração prática. Vejam, por exemplo, o peixe. Acredito que todos aqui já tenham tido pelo menos um betta. Aquele peixinho de aquário pequenininho. Na criação, Deus optou por fazer os peixes habitarem na água. Certo? Isso significa que os peixes têm todo um organismo feito para habitarem na água. Nós não vemos peixes andando por aí. Nós não vemos peixes voando. Nós vemos peixes na água. E eles só podem viver na água. Isso significa que o peixe não é livre. Significa que o peixe não pode ir para a terra, então ele não é livre, de forma nenhuma. Vamos imaginar uma cena. Aqui tem um aquário, um aquário pequeno, com um peixe dentro. Está sem a tampa. E ali na frente tem um lago bem grande, muito grande, extenso. O peixinho, muito corajoso, vai tentar um salto pela liberdade. Ele vai pular do aquário. Duas coisas podem acontecer. Ou ele vai pular do aquário e vai cair na terra, e ele não vai ter liberdade nenhuma quando ele cair na terra, porque ele vai morrer. Os irmãos concordam? É óbvio, ele não vai ter liberdade porque ele vai morrer, ele precisa da água, é algo essencialmente do peixe viver na água, é de sua natureza viver na água. Agora se ele pular do aquário, e calculando tudo direitinho, ele conseguir chegar no lago, o que aconteceu? O peixe está mais livre? De forma nenhuma. O que aconteceu é que a área de atuação onde o peixe pode exercer a sua liberdade aumentou. Mas a liberdade dele está vinculada a estar na água. E não somente na água. A água precisa ter condições específicas. Se nós jogarmos um peixe no mar morto, onde os níveis de sal são enormes, o peixe vai morrer. Ele precisa de condições específicas para exercer a sua liberdade. E essa talvez seja uma definição de liberdade que mais me fascina. Porque quando nós trazemos essa realidade para o ser humano, nós visualizamos que assim como o peixe foi feito para a água, nós somos feitos para termos um relacionamento com Deus. O peixe não vive fora da água, e nós não somos nós mesmos sem um relacionamento com Deus. É isso, é esse conceito de liberdade que nós precisamos entender e que deve reger a nossa vida. Deus nos criou para termos um relacionamento com Ele. Enquanto nós não tivermos um relacionamento com Ele, nós não poderemos ser plenamente livres, porque nós não poderemos desfrutar disso. Ele nos criou para isso. É como se um peixe vivesse num copinho com iogurte. Ele não vai sobreviver. Nós estamos num copinho com iogurte, mas nós precisamos de água. Essa é a ideia de liberdade que parece que salta desse texto de João. Michelangelo parece que resume isso de uma maneira muito lírica, muito poética, mas também muito profunda. Eu não sei a quem ele se refere aqui, mas eu acredito que nós podemos trazer essa poesia, essa que podemos dizer assim, de Michelangelo para ilustrar essa verdade. Ele diz assim, quando sou teu, então, por fim, sou completamente eu mesmo. Nós só seremos completos, nós só seremos plenamente livres, nós só seremos humanos ao pé da letra, nós só seremos completos quando nós estivermos num relacionamento com a verdade. Não num relacionamento, não num conhecimento teórico, mas num conhecimento profundo, num relacionamento com Jesus. Então, neste relacionamento nós poderemos ser nós mesmos. Romano 6, o versículo 17, parece deixar essa verdade mais clara ainda. Romano 6, os versos 17 ao 23. Paulo aqui vai traçar o contraste entre a nossa escravidão e a nossa liberdade. E nós vamos conseguir visualizar isso de maneira clara. Romano 6, os versos 17 ao 23. Mas graças a Deus, porque outrora escravos do pecado, contudo viestes a obedecer de coração a forma de doutrina a que fostes entregues, e uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça. Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa cara. Assim como oferecestes os vossos membros para a escravidão da impureza e para a maldade, assim oferecei agora os vossos membros para servirem à justiça, para a santificação. Porque quando eras escravos do pecado, estabais isentos em relação à justiça. Naquele tempo, que resultados colhestes? Somente as coisas de que agora vos envergonhais, porque o fim delas é a morte. Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna." Vejam aqui agora a conclusão de Paulo. Paulo vai falar aqui agora, vocês estavam sobre o senhorio do pecado. Ele vai contrastar o senhorio de Cristo. Ele vai falar o que cada senhor daria de pagamento. Ele diz, porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor. João 8, Jesus fala que nós éramos escravos do pecado. O nosso destino, portanto, seria a morte. Nós estávamos condenados a ficarmos eternamente separados de Deus. Mas Jesus veio ao mundo. E agora Ele é nosso Senhor. Nós somos libertos do julgo do pecado. Nós somos libertos da condenação do pecado. Nós somos libertos da culpa que nos condenava, do medo da morte e do domínio do pecado. O pecado não tem mais domínio sobre nós. E um dia a nossa esperança é que nós seremos totalmente livres da presença do pecado ao lado de Nosso Senhor. Essa esperança deve gerar em nós alegria, regozir de força, deve nos dar forças para continuar batalhando pelo Evangelho. Hoje nós somos livres da condenação. Estamos sendo libertos da presença, do domínio do pecado. E um dia nós estaremos livres da presença do pecado. Os irmãos se lembram da verdade central? Apenas o cristão é verdadeiramente livre. Nós já vimos o porquê que apenas os cristãos são livres. Porque apenas os cristãos mantêm um relacionamento com Jesus. E por que apenas os cristãos são verdadeiramente livres? Porque agora nós podemos viver de acordo com o plano que Deus tem para a humanidade. Nós podemos viver da forma que Deus nos projetou. Nós agora não somos peixinhos que vivem fora d'água, nós estamos na água, na água do relacionamento de Deus. Nós estamos agora desfrutando de um relacionamento com Jesus. E isso nos faz verdadeiramente humanos. Como Michelangelo disse, eu só sou eu mesmo quando estou em Ti. Sou completamente eu quando estou em Ti. Dessa forma, eu creio que as palavras de Jesus aqui têm um sentido especial para nós. João 8.32 diz que, e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Não é um conhecimento teórico acerca de Jesus, é um conhecimento profundo, é um relacionamento com a verdade libertadora que é o próprio Jesus Cristo. Essa verdade nos transforma e nos liberta, nos liberta do fardo do pecado para que nós possamos agora viver para Deus, do modo que Deus quer que nós vivamos. Eu gostaria de destacar aqui três aplicações desse texto. Com certeza os irmãos vão se enquadrar em uma dessas três aplicações. Para você que já foi liberto do fardo do pecado, para você que já foi liberto da escravidão do pecado, continue crescendo no conhecimento de Jesus, a verdade libertadora. Não negligencie a leitura da Bíblia em nenhum momento. Leia a Bíblia todos os dias. Medite nessa palavra. E não se contente apenas com conhecimento teórico, porque pra isso você pode pegar teologia sistemática, você pode pegar diversos livros, e em nada vai mudar a sua vida. A única coisa é que nós seremos ovelhas gordas. Ninguém aqui quer ser ovelha gorda. Ninguém gosta de ovelhas gordas. Nem Jesus gosta de ovelhas gordas. Nós precisamos ser ovelhas que absorvem o conhecimento e praticam aquilo. Como Tiago diz, é absorver e praticar. Então, aqueles que já foram libertos, os crentes, aqueles que já são de fato livres, continuem crescendo no conhecimento de Jesus, como Pedro afirma em 2 Pedro 3,18. Um texto que enfatiza essa questão do conhecimento contínuo acerca de Deus. 2 Pedro 3,18. Antes, crescerem na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A Ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno. A instrução de Pedro é clara. Cresçam na graça e no conhecimento. Cresçam num relacionamento com Jesus. Meditem na palavra. Abandonem o pecado. Essa é a ideia aqui. Então, para você que já foi liberto, lembre-se que conhecer a Deus é querer conhecê-Lo cada vez mais. Nós nunca podemos ficar estagnados, dizer eu já conheço tudo de Deus de forma alguma. Nós seremos eternidade inteira para conhecer a Deus. Conhecer a Deus é querer conhecê-Lo mais. A segunda aplicação vai para aqueles que ainda não foram libertos. Se você ainda não foi liberto, se você não tem um relacionamento com a verdade salvadora, com a verdade libertadora, entenda a realidade da sua condenação. Você está algemado. E essas algemas de pecado cada vez vão te levar para mais longe de Deus e cada vez para mais perto de uma condenação eterna. Você já está condenado, você já está com as algemas. A questão é que um dia essas algemas serão puxadas de vez e não haverá volta. Haverá um tempo em que você não poderá mais clamar a Deus e ser salvo. Entenda que o salário do pecado é a morte. Não busque liberdade financeira, não busque liberdade política, não busque liberdade ideológica antes de buscar a sua liberdade espiritual. Seja aquilo que Deus quer que você seja, alguém que desfruta de um relacionamento com Ele. Não menospreze o poder do pecado. O pecado condenou aqueles que viveram antes de nós. Condenará aqueles que virão e nos condena. Se não fosse Jesus Cristo ter vindo ao mundo e morrer por nós, nós estaremos condenados pelo nosso pecado. É algo que está intrínseco a nós. Todos nós somos pecadores. E o salário disso é a morte. Se você quer ser livre, levante as suas correntes. Jesus é o único que pode vir e quebrar isso. Jesus é o único que pode vir e quebrar, tirar esse fardo de você. E então você será livre. E uma terceira aplicação é para você que tem dúvidas acerca de sua liberdade. Algumas pessoas não tem certeza acerca da salvação. Se questionam, será que eu sou de fato livre? Será que eu não tenho mais essas algemas? Será que o fardo ainda está em mim? A questão é simples. O verso 32, por mais que possa não parecer, nós podemos lê-lo como uma promessa. Ele não está na forma de promessa, mas por tudo que Deus diz, se tudo que Deus diz é verdade, e Deus diz que conhecendo Jesus Cristo, conhecendo a verdade, nós seremos livres, nós podemos ter a certeza de que se nós conhecemos a Jesus, nós somos livres. Se você tem dúvidas acerca da sua liberdade, Lembre-se da causa e da consequência. Conhecerão a verdade e ela vos libertará. Você conhece Jesus? Você mantém um relacionamento estreito com Jesus? Ou você tem apenas um conhecimento intelectual? Isso não vai te levar a nada. O conhecimento intelectual não leva a nada, porque os fariseus tinham isso. E eles foram diversas vezes condenados por Jesus, veementemente. Mas você desfruta de um relacionamento com Jesus? 1 João 2, os versos de 3 a 6. Estamos em Pedro. Vamos virar um pouco as páginas da Bíblia. 1 João, os versos 3 a 6. Eles vão reforçar essa ideia do permanecer em Cristo. Você está em Cristo. Hoje você tem o Senhor Jesus como seu Senhor. Você busca crescer no conhecimento da verdade. Você nutre um relacionamento com Jesus. Veja aqui o que 1 João diz, os versos 3 a 6. Ora, sabemos que o temos conhecido por isto, se guardarmos os seus mandamentos. É uma vida de submissão à palavra de Deus. É uma vida de submissão às ordenanças de Deus. O verso 4. Aquele que diz eu o conheço e não guardo os seus mandamentos é mentiroso e nele não está a verdade. Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele verdadeiramente tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele. Lembrem-se do estamos, a ideia de que Jesus falou no verso 31, permaneçam em mim. E João, o mesmo escritor do evangelho, vai dizer aqui, nisto sabemos que estamos, que permanecemos nele. Aquele que diz que permanece nele, esse deve andar assim como ele andou. Jesus é o Senhor da sua vida. Hoje você olha... não pense tanto no passado. Não pense no momento da sua vida onde você sentiu um apelo no seu coração e você aceitou a Cristo. Pense na sua vida hoje. Hoje você desfruta de um relacionamento com Jesus? Hoje você busca conhecê-Lo e aprimorar cada vez mais o seu conhecimento acerca de Deus? É isso, o conhecimento da verdade, o relacionamento com Jesus que vai nos libertar. Apenas o cristão é verdadeiramente livre. Por quê? Porque somente o cristão conhece a verdade e tem um relacionamento íntimo com Jesus, que é a verdade libertadora. E assim, o crente pode viver de acordo com o plano de Deus para o homem, livre do domínio do pecado, e nutrindo a esperança de que um dia nós estaremos livres da presença do pecado, ao lado da verdade libertadora que um dia trouxe liberdade para nós também. Vamos orar? Tanto é poderoso Deus, obrigado por que nós somos livres. Obrigado porque nós somos livres não para fazermos o que quisermos, mas pelo contrário. Obrigado porque nós somos escravos de ti e o teu fardo, pai, é suave. O seu fardo é leve. Obrigado porque nós podemos ser nós mesmos, pai, desfrutando de um relacionamento com o Senhor. Dá-nos, por favor, uma disposição cada vez mais sincera em crescermos no conhecimento acerca das suas verdades. Que nós possamos cada vez mais estar firmes nelas. E assim, pai, ter a certeza de que nós somos livres, livres por Cristo e livres para Cristo, livres pelo sacrifício de Cristo e livres por Cristo para que nós possamos fazer tudo para a honra e glória dEle e assim sermos nós mesmos, Pai, a plenitude da humanidade desfrutando de um relacionamento com o Senhor. Aqueles que não são livres ainda, Pai, pedimos que o Senhor atue de maneira especial, convencendo-os acerca da realidade do pecado, convencendo-os acerca da prisão, da condenação a qual toda a humanidade, Pai, está condenada se não fosse Cristo. E para aqueles que têm dúvidas, Pai, por favor, através do Seu Espírito, confirma a Sua salvação, confirme essa liberdade no coração deles e que dessa forma, Pai, nós possamos firmemente declarar que nós somos livres, não com uma liberdade como a do mundo, mas uma liberdade verdadeira, porque afinal apenas os crentes, apenas aqueles que desfrutam de um relacionamento com o Seu Filho, podem ser verdadeiramente livres. Essa é a nossa oração, nosso agradecimento, em nome de Jesus. Amém.
O cristão livre
Series João
Sermon ID | 1030131621299 |
Duration | 52:57 |
Date | |
Category | Sunday Service |
Bible Text | John 8:31-36 |
Language | Portuguese |
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